domingo, 18 de dezembro de 2011

O PRIMEIRO É O MAIS DIFÍCIL


Difícil, realmente difícil, foi só o primeiro. O segundo golo foi fácil e até meteu o requinte de um toque de calcanhar. Mas, para lá chegar, o campeão foi obrigado a sofrer. E soube fazê-lo, numa nova dinâmica ofensiva que privilegia a velocidade e testa ao limite a fibra de campeão. Marcaram Rodríguez e Otamendi, venceu o FC Porto, por 2-0, que passa o ano na frente. E isso não é para todos.

Massacre. Mais um. Agora numa solução extrema, que não reconhece aplicabilidade à adaptação automobilística que transforma o jogo num fluxo de “sentido único”, demasiado curta para traduzir a intensidade e a expressão do domínio portista. A mobilidade do trio atacante foi a primeira razão do desequilíbrio, expresso com rigor matemático ao intervalo, ainda sem golos, mas com números esclarecedores e assustadores: 14 remates e 67 por cento de posse de bola. Aos 45 minutos, o Marítimo fez o primeiro remate. E bem ao lado da baliza de Helton.

A primeira ameaça séria foi formulada por Belluschi, aos 11 minutos, numa espécie de frente-a-frente com Peçanha, que conheceria outros duelos. Um deles, mais do que o golo esperado, quase dava anedota, com o argentino, isolado por um erro do guarda-redes, a agradecer e a retribuir, entregando-lhe a bola em mãos, quando projectava passá-lo. Entre a insólita sucessão dos dois lapsos e um terceiro, este já de arbitragem, passaram apenas quatro minutos e uma boa porção de relvado sob o corpo de Belluschi, descaradamente derrubado na área adversária. Só para Duarte Gomes não passou nada.

Passava, isso sim, o Marítimo por uma aflição sem trégua, acentuada pela expulsão de Roberge e só interrompida pelo intervalo. Num improviso genial, Hulk brilhou, Belluschi reapareceu, Kléber arriscou, primeiro de calcanhar, depois de cabeça, mas o resultado nem se mexeu. Nada. Sempre Peçanha, a recuperar memórias de um outro massacre e o espectro do russo Malafeev.

Apesar da aparição tardia, o anunciado, tantas vezes enunciado, surgiu, por fim, numa altura em que defini-lo como mais do que merecido deixara de ser favor há cerca de uma hora. Marcou Rodríguez, assistido por um drible libertador de Belluschi, aos 80 minutos. Remate em arco, sem defesa. E logo a seguir, aos 83, depois de feito o mais difícil, veio o segundo, saído do calcanhar de Otamendi, selando a vitória que manterá o FC Porto na liderança para lá do Ano Novo. Pelo menos.

FICHA DE JOGO

FC Porto-Marítimo, 2-0
Liga 2011/12, 13.ª jornada
17 de Dezembro de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 32.312 espectadores

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Árbitros assistentes: Venâncio Tomé e Pedro Garcia
Quarto árbitro: Pedro Ferreira

FC PORTO: Helton (cap.); Maicon, Rolando, Otamendi e Alvaro; Fernando, João Moutinho e Belluschi; Djalma, Hulk e James
Substituições: James por Kléber (46), Maicon por Rodríguez (57) e Djalma por Iturbe (73)
Não utilizados: Bracali, Mangala, Souza e Alex Sandro
Treinador: Vítor Pereira

MARÍTIMO: Peçanha; Briguel, João Guilherme, Igor Rossi e Luís Olim; João Luiz, Roberge e Benachour; Heldon, Diawara e Sami
Substituições: Heldon por Danilo (63), Sami por Hassan (88) e Benachour por Tchô (90+2)
Não utilizados: Salin, João Diogo, Fidélis e Fábio Felício
Treinador: Pedro Martins

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Rodríguez (80), Otamendi (83)
Cartão amarelo: Fernando (37), Heldon (38), Roberge (40 e 41), Iturbe (86)
Cartão vermelho: Roberge (41)



Fonte: fcporto.pt

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