segunda-feira, 26 de março de 2012

UM EMPATE IRREAL

No caminho para a Mata Real, viam-se portistas nas janelas, nos passeios, à porta de casa. Muitos deles nem terão ido ao estádio, mas quiseram incentivar o campeão. A equipa respondeu com garra e um plano de jogo cumprido quase na perfeição, mas viu o único lapso castigado com o golo do adversário. O empate (1-1), no desafio da 24.ª jornada da Liga, é irreal face ao que se viu no relvado.

Num estádio lotado, com muitos portistas, os azuis e brancos tiveram uma entrada forte no jogo. Face a uma equipa perigosa no contra-ataque e com avançados muito rápidos, os Dragões optaram por efectuar uma pressão muito alta, logo sobre os defesas adversários. Um cabeceamento de Otamendi, aos dois minutos, na sequência de um canto de James, e um remate ao lado de Alvaro, aos 12, exemplificam a postura inicial do FC Porto.

No entanto, não foram estas as ocasiões de golo flagrantes criadas pelo FC Porto na primeira parte, mas sim outros três lances. Aos 19 minutos, uma triangulação entre Hulk (lançado por Helton), James e Lucho terminou com um chapéu do argentino que Cássio desfez “in extremis”. Dois minutos depois, João Moutinho desmarcou Hulk na direita e este serviu Janko, que ainda fez a bola raspar no poste. Aos 30, o “Incrível” obrigou Cássio a uma defesa apertada e Janko não chegou a tempo de emendar para a baliza.

O Paços nunca foi uma equipa dócil, mas, na verdade, pouco produziu em termos de ataque na etapa inaugural: o facto do primeiro remate à baliza dos “castores” ter acontecido aos 42 minutos é bem demonstrativo. Os Dragões tiveram 56 por cento de posse de bola, remataram por 11 vezes à baliza e conquistaram cinco cantos contra zero do adversário.

Se a entrada do FC Porto no jogo já tinha sido forte, o arranque da segunda parte foi ainda melhor. Finalmente, os Dragões encontraram o caminho para a baliza do Paços, se bem que por meios menos ortodoxos. Hulk, na direita, teve uma arrancada incrível, em que deu um “nó cego” em Melgarejo e cruzou para a área. Acabou por ser Ricardo, pressionado, a desviar a bola para a baliza. Estava feito o 1-0, mais do que merecido. Destacava-se, neste período, a inesgotável energia de Moutinho e a magia de Hulk. O brasileiro esteve praticamente imparável.

Os Dragões fizeram uma segunda parte de grande nível, em que nunca perderam o controlo da partida. Pelo contrário, somaram oportunidades de golo, destacando-se o duelo entre Hulk e Cássio: o guarda-redes pacense evitou que o portista chegasse ao golo aos 53, 65, 69 e 76 minutos. Mérito do guardião, que está lá para isso, excepto na situação que ocorreu aos 65 minutos: Hulk isolou-se a passe de João Moutinho e sofreu carga de Cássio, mas o árbitro Hugo Pacheco optou por mostrar cartão amarelo ao “Incrível” por pretensa simulação. Não são precisos mais comentários, basta rever as imagens televisivas.

Num jogo completamente dominado pelos Dragões, a equipa da casa marcou na única oportunidade de que dispôs, através de Melgarejo, na sequência de um pontapé de canto. O 1-1 final não traduz o que se passou no relvado e trai a concentração e determinação que os Dragões puseram em campo na Mata Real. No entanto, o FC Porto continua na frente e espera pelos próximos capítulos com a firme determinação de chegar ao 26.º título. A exibição deste domingo deve servir para reforçar essa candidatura e não pode ser desmoralizadora.

FICHA DE JOGO

Paços de Ferreira-FC Porto, 1-1
Liga portuguesa 2011/12, 24.ª jornada
25 de Março de 2012
Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira

Árbitro: Hugo Pacheco (Porto)
Assistentes: Alexandre Freitas e Paulo Vieira
Quarto árbitro: Humberto Teixeira

PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Nuno Santos, Filipe Anunciação (cap.), Ricardo e Luisinho; André Leão, Vítor e Luiz Carlos; Alvarez, Michel e Melgarejo
Substituições: Vítor por Josué (72m), Alvarez por Caetano (77m) e Michel por Cohene (90m+1)
Não utilizados: António Filipe, Christian e Michel Lugo
Treinador: Henrique Calisto

FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Alvaro; Defour, João Moutinho e Lucho; Hulk (cap.), Janko e James
Substituições: Defour por Fernando (46m), Janko por Kléber (61m), por (66m) e Sapunaru por Varela (88m)
Não utilizados: Bracali, Mangala, Alex Sandro e Iturbe
Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Ricardo (47m, autogolo) e Melgarejo (79m)
Cartões amarelos: Luisinho (22m), Hulk (66m) e João Moutinho (74m)
 



Fonte: fcporto.pt

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