AEK de Atenas, Bunyodkor, São Paulo, Kabuscorp. A sequência de clubes sugere uma figura menor, um "globetrotter" que não assenta arraiais. Melhor jogador do mundo em 1999, Rivaldo não precisava de correr quatro continentes em quatro anos para evitar cair no esquecimento. Se o brasileiro ainda calça, é por si que o faz, assumindo em conversa com O JOGO que lhe custa pensar no adeus ao futebol. O nosso jornal falou com o antigo internacional brasileiro, quando o Kabuscorp ainda estagiava na África do Sul, e recuperou episódios do passado e nomes do presente que ligam Rivaldo ao campeonato português, que segue agora com redobrada atenção.
Hulk é, para o compatriota, o melhor da liga e um digno representante do escrete. "Acredito que ele é o futuro da seleção e que o projeto para o Mundial tem de passar por ele também. Joga num grande clube, que lhe abre portas, e tem condições de excelência para deixar a sua marca no futebol mundial", sustenta Rivaldo, para quem Hulk é uma descoberta constante. "Nunca se sabe o que pode surgir de um lance dele: é um jogador com muita potência", insiste quem também sempre fez do pé esquerdo uma arma, mas que sabe distribuir elogios: "Até eu me impressiono com a potência de Hulk."
Admirador assumido, o que Rivaldo também conta agora, com detalhes que o tempo não apaga, é a história da sua transferência abortada para o FC Porto. É verdade, esteve mesmo para acontecer. "Foi em 2004 e foi a única vez, em toda a minha carreira, que tive a possibilidade de jogar em Portugal. Mourinho ainda era o treinador, portanto antes da saída para o Chelsea, e estava a planear a época seguinte. Falou comigo por telefone algumas vezes, até porque nós tínhamos, e temos, uma ótima relação desde que trabalhámos juntos em Barcelona. Mourinho queria-me no FC Porto, mas o presidente preferiu Diego e eu tive de ir para o Olympiacos", revela, confessando que a sua predileção era clara: "O FC Porto tinha ganho a Taça UEFA e ia ganhar a Liga dos Campeões, portanto eu estava muito motivado para ir. Foi pena..."
A história não se reescreve e, apesar de ainda não ter arrumado as chuteiras, a verdade é que Rivaldo saiu de circulação para as grandes equipas europeias. É tempo de dar lugar a outros e, continuando com o foco apontado ao Dragão, foi Rivaldo que pediu a palavra para perguntar por um jogador do FC Porto. "Que se passa com Danilo? Não teve de ser operado, pois não?", questionou o brasileiro, já alguns dias passados da lesão sofrida pelo compatriota contra o Manchester City. A resposta deixou-o aliviado: "Teve azar, mas é um grande jogador, um dos melhores que estava a competir no Brasil. Tem um futuro imenso, e fico feliz por ele ter feito a escolha certa para a sua carreira."
Fonte: ojogo.pt
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