Palavra de seleccionador. Acabaram-se as experiências de 15 minutos (de quando em vez) para Hulk no Brasil, o que equivale a dizer que se esgotou uma fonte de ansiedade no FC Porto. "Falei com ele antes e depois do jogo com o Gabão, mas já me ligou de Doha também (o Brasil seguiu de imediato para o Catar, onde defronta o Egipto). Há uma satisfação muito grande, porque tem tido continuidade, sente que acabou a fase de testes e que já faz parte do grupo. O Mano (Menezes) tem-lhe transmitido essa confiança, deu-lhe essa garantia, disse-lhe para estar tranquilo, que ele já é um membro da equipa e que não há motivos para voltar àquela ansiedade que sempre acusava antes das convocatórias", contextualiza o agente.
É uma análise que os números confirmam. Apesar das ausências, a verdade é que Hulk conseguiu finalmente ser titular nos dois últimos particulares, pondo termo ao drama da falta de minutos de jogo. Com continuidade, mostrou valor, apesar de o golo continuar adiado. "Não há ansiedade. Se viram o jogo, perceberam que ele preferiu servir os companheiros do que procurar marcar sozinho".
Está criado o contexto para uma resposta também ao serviço do clube. "No FC Porto a cobrança é grande e ele gosta disso. Acha normal que as expectativas sejam altas e lida bem com o facto de ser um símbolo. Quando as coisas correm mal, a cobrança é em cima dele e do treinador", nomeia Teodoro Fonseca, que comenta o episódio dos assobios ao Incrível, durante o jogo com o Paços de Ferreira: "Ligou-me do balneário a dizer que fez o pior jogo da vida dele."
O mau momento do clube tem repercussão no mau momento de Hulk, mas de Olhão ao Gabão, viu-se um jogador mais desenvolto e confiante. Afinal, mudou apenas o contexto ou mudou o próprio Hulk? Na procura de respostas que projectem o jogador que o FC Porto vai recuperar para fazer frente a um ciclo decisivo (Académica, Shakhtar e Braga), descobrimos um momento de quebra, um ponto de viragem, uma introspecção que, garante quem a acompanhou, reconciliou Hulk consigo próprio.
Entre o empate com o Olhanense, no sábado, e a partida para o Gabão, na segunda, o brasileiro tirou um dia para se reencontrar. "Passou uma fase má. Nesse dia, fechou-se com a família, parou para pensar e, como é uma pessoa muito religiosa, foi à missa pedir uma ajuda. Foi uma necessidade que sentiu depois de semanas difíceis e de um jogo atípico, em que até falhou um penálti porque sabe que bateu mal", conta-nos, agora, Teodoro Fonseca. Uma fase, diz, que esta paragem de selecções ajudará a contornar.
Fonte: ojogo.pt
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