Havia lá melhor forma de terminar uma época a todos os títulos (e com quatro títulos) notável? Depois da enésima demonstração de uma superioridade absolutamente extraordinária, que replicou, na última prova, a hegemonia de 10 meses de competição e dos três troféus entretanto conquistados, a Taça de Portugal segue para o Dragão. 6-2. Ponto final. Perfeito.
Sete golos em 45 minutos dizem muito, e até de sobra, sobre o ritmo alucinante da primeira parte, que não chegou a conhecer preâmbulos. Culpa de James, que ao segundo minuto acertava nas redes, ainda no começo de uma exibição memorável que distinguiria a participação decisiva do colombiano na génese dos melhores momentos do jogo.
Rápido e com especial destreza para seleccionar o caminho mais curto para a baliza adversária, feito mais de linhas rectas do que de ziguezagues, a que raramente juntou um drible supérfluo, James foi a origem frequente da aflição vimaranense e o remédio para contratempos defensivos, que tinham gerado o empate num auto-golo de Alvaro antes de o extremo sul-americano descobrir Varela ao poste mais distante e oferecer-lhe o segundo golo portista.
Depois de novo empate, assinado por Edgar, James desatou de novo o nó, repondo a vantagem. O golo é da autoria de Rolando, confirmado sobre a linha, na sequência de um cabeceamento de Maicon, que deixou a bola a tabelar entre a trave e o relvado, mas o cruzamento perfeito, da esquerda, foi de James.
Antes de nova intervenção determinante, James assistiu ainda ao golo olímpico de Hulk, na transformação directa de um pontapé de canto, e a uma defesa decisiva de Beto, na cobrança de uma grande penalidade. Pouco depois, na resposta e a poucos segundos do final da primeira parte, lá estava James outra vez. Agora a marcar, na ponta final de uma transição rápida lançada por Alvaro e suportada pela capacidade atlética de Hulk.
A Taça parecia ganha e o jogo resolvido, mas o repertório e a contabilidade de James estava ainda por encerrar, quando Hulk, em novo arranque pela direita, preparou cuidadosamente o cruzamento a meia altura, como que a pedir o mergulho de um outro colombiano que não James. O que, na ausência do ponta de lança, não foi problema para o extremo. Pulou para a bola, planando por uma fracção de segundo, e fez o golo de cabeça. O terceiro da sua autoria e o sexto do jogo.
Como em 1987/88, o quarto troféu da época estava assegurado. E como em 2002/03, o “triplete” (Liga, Taça de Portugal e competição europeia) estava garantido. Para o ano há mais.
FICHA DE JOGO
Vitória SC-FC Porto, 2-6
Taça de Portugal, final
22 de Maio de 2011
Estádio do Jamor, em Oeiras
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
Assistentes: Pais António e Luís Ramos
4.º Árbitro: Elmano Santos
VITÓRIA SC: Nilson; Alex «cap.», Freire, João Paulo e Anderson; Cléber, Renan e Rui Miguel; Targino, Edgar e Faouzi
Substituições: Renan por João Alves (46m), Targino por Jorge Ribeiro (57m) e Cléber por Toscano (57m)
Não utilizados: Douglas, João Ribeiro, Flávio e N’Diaye
Treinador: Manuel Machado
FC PORTO: Beto; Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro; Fernando, Belluschi e João Moutinho; Varela, Hulk «cap.» e James
Substituições: Fernando por Guarín (46m), Belluschi por Souza (63m) e Varela por Mariano (76m)
Não utilizados: Helton, Sereno, Walter e Rúben Micael
Treinador: André Villas-Boas
Ao intervalo: 2-5
Marcadores: James (2m, 45+1m e 73m), Alvaro (p.b., 19m), Varela (21m), Edgar (23m), Rolando (35m), Hulk (42m)
Disciplina: cartão amarelo a Hulk (30m) e Fernando (45m)
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