Três golos como em Tóquio, há 24 anos, mas com a diferença relevante de, no reencontro, todos terem sido apontados por jogadores do FC Porto. Com menor grau de “dor” implícito, o Peñarol voltou a perder (3-0), enquanto os azuis e brancos denunciavam potencial, margem de progressão e a preservação de uma filosofia de jogo que cultiva a posse e brilha especialmente no ataque. Promete.
Tudo começou com o dragão, ainda antes do jogo, despertado em duas pinceladas por Vítor Pereira, que lhe desenhou os olhos. Daí a quase nada, o animal mitológico dançava. Começava a época, numa festa que contou com a participação especial de cerca de 2.000 detentores de Dragon Seat. No relvado, em torno de uma longa “passerelle”, os mais fiéis adeptos do FC Porto receberam os jogadores e, ainda antes, cada um dos sete troféus internacionais conquistados pelos azuis e brancos.
O êxito dimensionado à escala planetária, que serviu de tema à animação envolvente da apresentação do renovado plantel portista, seria reforçado a seguir: primeiro, em formato vídeo, nos ecrãs do estádio, e, um pouco mais tarde, de novo no relvado, já com a bola a rolar, mas continuando a cruzar emoções e a recuperar memórias da primeira Taça Intercontinental, que opôs o FC Porto ao Peñarol em Dezembro de 1987.
Desde o primeiro pontapé que o campeão português revelou maior competência e velocidade para melhor cumprir a viagem histórica, que fazia a ligação virtual entre Tóquio e o Porto. E nem foi preciso muito para Kleber provar a sugestão inicial. Antes de completado o décimo minuto, a persistência do brasileiro provocou o primeiro balançar das redes, na resposta imediata a uma defesa incompleta de Sosa, a remate de Hulk.
Como na neve do Japão, há quase 24 anos, no relvado o FC Porto apresentava outro andamento, uma rotação superior. E, com ela, uma estrutura que se especializa na posse e no ataque, que, entre outras oportunidades, poderia ter produzido a ampliação da vantagem sobre o intervalo, quando Kleber chegou com uma fracção de segundo de atraso a um cruzamento de Varela.
O recomeço repetiu a configuração de jogo e até de movimentos. Com menos de dois minutos de segunda parte, os mesmos intérpretes (Varela e Kleber), na mesma sequência, ficaram a centímetros do segundo golo. Agora com a diferença de a bola ter batido no poste.
Com um atraso significativo, o 2-0 chegou aos 71 minutos, na transformação de uma grande penalidade. Hulk sofreu, Hulk marcou, com o guarda-redes Sosa praticamente sem reacção, indeciso sobre que lado escolher perante a simulação irrepreensível do brasileiro.
Depois de 11 alterações, apresentando uma equipa completamente diferente, a máquina continuou a carburar, permitindo que Walter fechasse o resultado a três minutos do final, na sequência de um lance fantástico de Kelvin, na esquerda, que, com um repertório de dribles inesperados, bailou diante dos opositores, antes de servir o cruzamento. Walter fez o resto, à meia-volta.
FICHA DE JOGO
FC Porto-Peñarol, 3-0
Apresentação Oficial 2011/12
Estádio do Dragão, no Porto
24 de Julho de 2011
Assistência: 40.359 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)
Assistentes: Filipe Ramalho e Bruno Rodrigues
4.º Árbitro: José Rodrigues
FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Maicon e Fucile; Souza, João Moutinho e Rúben Micael; Hulk, Kleber e Varela
Jogaram ainda: Bracali, Otamendi, Castro, Belluschi, Djalma, Walter, Sereno, Addy, David, Christian e Kelvin
Treinador: Vítor Pereira
PEÑAROL: Sosa; González, Valdez, Rodríguez e Albin; Corujo, Freitas, Torres, López; Zalayeta e Palacios
Jogaram ainda: Perez, McEachen, Pastorini, Amodio, Siles, Guichón
Treinador: Diego Aguirre
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Kleber (10m), Hulk (71m, g.p.) e Walter (87m)
Disciplina: cartão amarelo a Sosa (25m), Rúben Micael (61m) e Freitas (89m)
-em fcporto.pt
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