Avançado fala da infância difícil e do sonho de jogar no F.C. Porto
Quando se fala de um jogador que nasceu no Nordeste brasileiro não é fácil perceber-se quando ele diz que «jogar no F.C. Porto era um sonho». Mas a história de Hulk é como a alcunha do personagem: incrível. Cheia de voltas e reviravoltas, com passagens por paisagens recônditas, regressos ao ponto de partida e, por fim, o final feliz: vestir a camisola azul e branca.
«Aos 15 anos vim para o Vilanovense e jogava nos juvenis. Estive cá um ano e voltei para o São Paulo. Na altura o meu empresário dizia que eu ia para o F.C. Porto, mas acabou por não acontecer. Depois de três anos no Japão, o Teodoro [Fonseca] disse-me: quero ver você a jogar na Europa», conta Hulk.
Este é o fim da aventura que foi o final da adolescência e a entrada no mundo adulto no futebol. O avançado dos dragões contou tudo ao programa brasileiro «Na Estrada com Galvão», da TV Globo.
«Na altura, ele mostrou-me algumas propostas. Havia o Porto, o Atletico de Madrid e mais algumas equipas. Eu vim para o Porto porque tinha o sonho de jogar no F.C. Porto. Quando tinha 15 anos levaram-me às Antas para ver um jogo do Porto. Eu vi aquilo cheio, lotado e disse: um dia vou jogar aqui», revelou.
«Já fui mais esquentado»
O percurso de Hulk continua em fase ascendente. Chegou a selecção brasileira e mesmo que as convocatórias não sejam constantes, o avançado promete não desistir: «Vou trabalhar para ter mais oportunidades e, com certeza, vou aproveitar.»
Para trás fica uma infância difícil mas que o ajudou a dar valor ao que tem hoje. «Às sextas e sábados acordava às 3 horas da manhã. Os meus pais era feirantes, tinham uma barraca de carne, e eu tinha de ajudar a carregar os carros. Eu chorava para não ir, mas o meu pai dizia-me: se queres jogar à bola tens de ir. Hoje não me arrependo, fico feliz de ter ajudado os meus pais e serviu para valorizar as coisas que hoje tenho», confessa.
E, em tom de brincadeira, até diz que esses episódios ajudaram a desenvolver a massa muscular que é uma das suas imagens de marca e lhe deu a alcunha que continua a ostentar.
«Em pequeno já era forte, só que era baixinho. As pessoas diziam: como vais ser jogador assim pequeno? Quando vim para Portugal aos 15 anos estiquei bastante. Esta força? Não faço ginásio. Isto é apenas dos treinos. Se calhar vem dos tempos em que carregava os carros para a feira, quando trabalhava com os meus pais», refere.
Com o tempo, Hulk foi moldando comportamentos e aprendendo a corrigir alguns exageros. O temperamento em campo, por exemplo, mudou bastante, garante. «Já fui mais esquentado. Brigava muito. Quando Deus me deu o meu primeiro filho fiquei mais tranquilo», explicou.
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