sexta-feira, 29 de abril de 2011

fcporto.pt - SUBMARINO AO FUNDO





Cinco rombos no casco do submarino, quatro deles provocados por Falcao, fizeram muito mais do que encurtar distâncias para Dublin. Ainda antes do «poker» do colombiano, os disparos da reviravolta (5-1) promoveram a abordagem à vitória sobre a Lázio, no percurso imparável de 2003. Só que, desta vez, os Dragões foram ainda melhores, num upgrade que apenas carece de certificação irlandesa.

O jogo, que deixou o FC Porto a uma mera formalidade da final da UEFA Europa League, não conheceu preâmbulo. Não houve adaptação, estudo mútuo ou tentativa de encaixe. Na verdade, não houve sequer tempo para ensaios ou sinais de receio, até porque, aos 17 segundos, o guarda-redes espanhol já tinha sido intimado a interceptar um cruzamento directo à cabeça de Falcao, quase a meio caminho do golo.

O Villarreal, que também nunca fizera segredo da estratégia, responderia em transições rápidas, que tinham Borja Valero e Bruno Soriano como cérebros e Nilmar como destino preferencial. Bem executada, a trama valenciana produzia o desequilíbrio entre a supremacia portista e exigia o melhor de Helton.

Antes de assumir proporções demolidoras, a intensidade e o volume eram, claramente, azuis e brancos, mas o perigo amarelo consumaria a ameaça e fechou a primeira parte a marcar, por Cani. Entre a desvantagem portista e o empate não houve muito mais do que intervalo, porque, depois de derrubado na área, Falcao transformava a consequente grande penalidade aos 48 minutos. E esse era apenas o começo do recital colombiano do Dragão. Ou, sob a perspectiva adversária, o início de uma noite de terror.

Antes de Falcao voltar a marcar, o que fez por mais três vezes, assinando o seu primeiro «poker», e recuperar a condição de melhor goleador das competições europeias, com 15 golos, foi Guarín quem deu a volta ao resultado, numa jogada individual que juntou brilho e persistência: ao tirar um adversário do caminho com o pé direito, ao rematar com o pé esquerdo e ao concluir de cabeça, depois de uma primeira defesa de Diego López.

O domínio portista era já avassalador e o contra-ataque espanhol, menos efectivo, passava a confundir-se com alívios desesperados, numa trégua efémera para a defesa do Villarreal, em dificuldades crescentes para travar a torrente portista à medida que a água se avolumava na casa das máquinas do submarino.

Genial, intuitivo, instintivo, Falcao afundava a resistência valenciana enquanto trilhava em terra o percurso aéreo para Dublin. E confirmava, em simultâneo, o estatuto de fora de série e a invulgar propensão portista para ultrapassar jogos difíceis com a obtenção de cinco golos. E a Irlanda ficava mais perto, mesmo que entre o Dragão e Dublin se erga ainda uma deslocação a Villarreal e um opositor frequentemente comparado, no estilo, ao esplendor do Barcelona.









FICHA DE JOGO

FC Porto-Villarreal, 5-1
UEFA Europa League, meias-finais, primeira mão
28 de Abril de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 44.719 espectadores

Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Berry Simons
Quarto árbitro: Pol van Boekel
Assistentes adicionais: Ricard Liesveld e Ed Janssen

FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín, João Moutinho; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Rodríguez por Varela (71m), Guarín por Souza (78m) e Hulk por James (84m)
Não utilizados: Beto, Maicon, Walter e Rúben Micael
Treinador: André Villas-Boas

VILLARREAL: Diego López; Mario Gaspar, Musacchio, Marchena e Catalã; Borja Valero, Bruno, Cani Soriano e Santi Cazorla «cap.»; Nilmar e Rossi
Substituições: Borja Valero por Mubarak (67m), Cani por Matilla (71m) e Nilmar por Marco Ruben (71m)
Não utilizados: Juan Carlos, Capdevilla, Cicinho e Kiko
Treinador: Juan Carlos Garrido

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Cani (45m), Falcao (49m, g.p., 63m, 75m e 90m) e Guarín (61m)
Disciplina: cartão amarelo a Fernando (6m), Hulk (26m), Borja Valero (41m), Diego López (48m), Catalá (73) e Helton (83)

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